18 de dezembro de 2008

Death and all her friends

Desde o início de minhas postagens, tenho lutado para não ser muito pessoal naquilo que escrevo, principalmente quando se trata de temas que envolvam terceiros. Infelizmente, chega um momento em que certas regras não podem mais escapar do abismo e simplesmente caem por terra. Estou longe de ser uma pessoa comunicativa no que se refere às questões pessoais. Sim, às vezes eu converso demais, rio demais e brinco demais; mas sempre quando o assunto não sou eu. A ré se declara culpada... Me declaro culpada também do crime de não saber dizer o que tem de ser dito no instante em que tem de ser dito, principalmente em momentos de vida-ou-morte.
A questão é que, até então, eu acreditava que a pena desses crimes se aplicava somente à mim, afinal, se me acusarem de ser egoísta, posso não confessar, mas meu advogado deverá ser o diabo de bom. Só agora me toquei que era tudo ilusão... Quem mais se machuca nessa história não sou eu, e sim as pessoas que mais importam para mim.
Em minha defesa, só posso alegar uma coisa: Falha de Equipamento...
Meu telefone e minha casa sempre estiveram a disposição de quem precisasse conversar e eu sempre fui toda ouvidos. Absorvi anos de desabafo, choros e ira... Compartilhei algumas alegrias também... Mas não hoje, não ontem e não nos últimos meses. Eu continuo me importando, continuo preocupada e continuo pensando numa maneira de ajudar... Mas como ajudar os outros ou até mesmo ouvir se não tenho conseguido cuidar de mim mesma?
Então, antes que eu cometa algum outro crime, aviso a todos que meu ombro estará temporariamente em manutenção. Ainda à disposição de quem precisar, mas estejam avisados do mau funcionamento. Vou antecipar a revisão das 30 milhas porque obviamente o equipamento está com defeito.

9 de dezembro de 2008

Escrever

Escrever é revelar-se aos poucos.
É desnudar-se entre panos soltos ao vento.
Expor-se, abrir portas trancadas pelo tempo.
Arrancar as verdades escondidas.
Mostrar-se aos poucos...

lentamente...

num doce mistério.

Controlar o incontrolável em frases curtas,
como rédeas.
Perder-se na força da sentença,
na obsessão da pontuação.
Na complexidade da oração...

para depois descobrir-se nas palavras escritas,
repousando
tranquilamente
em quem as lê.


Musse

(texto cedido por uma grande nova amiga do sul do país)

Pessoalmente acho que ela captou bem o sentido do ato escrever e do que realmente procuramos quando tentamos passar alegrias, tristezas ou frustrações do subconsciente para o consciente...

enquanto minhas ideias não fluem, faço como o Yanni (que meu pai tanto gosta) me cerco de gente boa e vou seguindo o ritmo... hehehe

5 de dezembro de 2008

Esse aí definitivamente não quer sair debaixo da "barra da saia da mãe"...

1 de dezembro de 2008

Terapia...

Acordei disposto a quebrar o silêncio e falar sobre alguma coisa legal, mas desisti. Acho que é o final do ano. Esse clima de “don’t worry, be happy” me deixa pouco amistoso. Na verdade, a umidade do verão, os preguiçosos finais de tarde e os 13.º salários teriam tudo pra transformar essa época num período especial, mas não, optamos por enlatar e embrulhar em papel celofane toda uma estação: Papais Noel em seus surrados trajes vermelhos, escondendo o desencanto atrás da barba falsa; esculturas pós punk iluminadas que teimamos em chamar "árvores de natal"; promoções, liquidações, ofertas, onde se vende tudo por “algo e noventa”; crianças felizes por conta do plástico colorido e cintilante dos brinquedos; projetos de viagens e dicas para o reveillon. Meu Deus, não sei como posso não gostar disso tudo! Acho que provavelmente minhas desilusões amorosas da adolescência estiveram ligadas às férias escolares. Aí, natal, férias, fim de ano, uma coisa puxa outra e, de repente, virei um Ebenezer Scrooge mais flexível: não é só o natal que me irrita, mas todo um período compreendido entre 17 de dezembro e 6 de janeiro. Pronto, é isso: falhei na tentativa de ser agradável, mas acertei na mosca da minha própria loucura... again...