1 de setembro de 2009

A intransponível divisa ...


Sempre gostei de textos bons, impactantes em poucas palavras e profundos nos vários significados e é por isso que tento produzir. Sei que minha ausência foi injustificada sei que as desculpas nunca serão suficientes mas tento com todas as forças produzir.

Os dias fluem como as mares do Oceano, todo dia parece começar do mesmo jeito, um pouco truculento seguido de uma calmaria e aos poucos o retorno, a mesma agitação do começo da manhã, tento lutar dia após dia contra a correnteza. Imagino acordar um dia e as coisas não serem como são, acordar em outra realidade, acordar em outro mundo.

Tento mudar minha realidade no caminho para o trabalho e nunca consigo, o mundo exerce uma força descomunal que nos traz de volta a vida de forma um tanto abrupta. As vezes durante curtos momentos, ao longo do dia, me lembro da noite de sono na qual lutava contra a correnteza, na qual tentava ser alguém melhor, alguém diferente, alguém perfeito... mas a tal força me puxa de volta e logo percebo os mesmos problemas tão fúteis tão irrelevantes e ainda sim me pego tentando resolve-los, como diria minha Orientadora: "Eu não gasto fosfato com isso!!" mas ainda sim continuo gastando o meu fosfato, inutilmente, mas não por opção a realidade acaba me tolhendo dia após dia.

Apenas naquele momento quando se faz a ponte entre real e irreal, aquele momento em que você parece estar dormindo mas não está, a mente consegue se libertar por algumas segundos da tal força. Injustamente nas horas que se seguem devido ao corpo físico não conseguir acompanhar acabo não atravessando a divisa das realidades e perco as melhores partes da vida (metafísica?) horas das quais poderia dialogar com o "eu" com o mundo das formas perfeitas mas não consigo, a carga foi demais a realidade foi demais...

Quando acordo tenho uma vaga ideia do que poderia ter acontecido do que poderia ter sido mudado e naqueles instantes, antes da interrupção abrupta da realidade, sorrio não de tristeza mas de alegria de ter "quase" contemplado o verdadeiro sentido da existência: o "eu" mais próximo ao real-irreal(?).

ps: perdoem estava acumulado e precisava sair...