17 de setembro de 2008

CRIANÇAS E A ESPONTANEIDADE...


Sábado atípico sozinho na grande Capital fui abandonado por duas pessoas que nunca deveriam ter o feito, lamentos a parte o que segue a partir daqui são uma seqüência de fatos no mínimo curiosos.

Na noite anterior contatei Salamandra requisitando asilo durante o sábado já que estaria sozinho, justifiquei que devido a assuntos relacionados a trabalho minha “digníssima” haveria de me deixar de lado.

No outro dia saímos cedo eu e ela com destinos traçados, o meu porem incerto já que certeza nunca foi ponto forte em Salamandra, cheguei e comprovei que o meu destino era mesmo incerto. Todos saíram de casa fiquei sem rumo, estava à mercê da Salamandrinha, e foi ela a protagonista desta historia (com H ou sem, deixo em aberto porque posso estar sendo Hollywoodiano) yeah.

Salamandra:

- Assuntos urgentes me aguardam no meu trabalho, preciso ir, você vem!?

Sinceridade, eu não queria ir ou mesmo ver o trabalho alheio. E isso se tornou obvio quando uma coleção de DVDs surgiu como uma saída mais que a francesa...

Jacs:

- Ahh não. Eu fico por aqui.

Uma gota de suor minou, ajudada pelo calor infernal da capital, mas com certeza foi da frase que eu falei em seguida a responsável pela aventura que se seguiu...

Jacs:

- Eu fico com a Salamandrinha....

Admito fiquei com a pequena porque o DVD foi promissor. Mais que rapidamente Salamandra saiu à francesa para evitar possíveis cenas que geralmente crianças de certa idade protagonizam.

Jacs:

- Salamandrinha, fica aqui brincando perto de mim!

Claro foi em vão o que eu disse, fique no “vácuo” depois dessa frase, e lógico após isso um incessante corre-corre ocorreu no apto ia de lá pra cá porque a pequena nunca se satisfazia em um cômodo apenas. Em vão tentei persuadi-la com um brinquedinho de montar daqueles que vem de brinde. Derrotado deixei que ela corresse e fizesse o que quisesse.

Continuei a ver o filme, e fui interrompido por um pedido...

- jacsinhoooooooo pega aqui pra mim!?!??

Pensei agora ou vou ver o filme em capítulos curtos ou a tecla “pause” desse DVD Player vai pifar... já que não tinha sido a primeira vez que tinha parado os acontecimentos do filme pela mesma tecla.

- Pega isso aqui pra mim!? (Apontava ela ingenuamente uma pasta dentro da estante que, por sinal, estava bem acondicionada e fechada)

Ponderei e pensei a pequena pode estar me usando para fazer algo proibido já que ela tem consciência de que eu não moro aqui e podia favorecê-la em algo ilícito. Pensei um pouco mais tentei tirar essa idéia das vistas dela, mas não consegui. Ao abrir o armário vi que se tratava de álbuns de figurinhas inocentes e achei um forte atrativo ao encontrar um caderno de rabiscos, tinha tudo sob controle.

Peguei os pequenos decalques e falei para a mesma colar no caderno e fazer um “bonito” desenho na mesma pagina. Pronto. De volta ao DVD.

Fui novamente interrompido, o telefone, troquei uma idéia com o parente na outra linha e tentei novamente persuadir salamandrinha a falar com tal. Preciso dizer, foi em vão de novo... fui ao quarto e fui mais persuasivo a pequei pela mão e a levei dizendo coisas que crianças gostam de ouvir.

- É o pirata que quer falar, você tem certeza que não quer falar com ele!?? (claro consegui de primeira!!!)

Tentei distinguir a conversa, só ouvia algo sobre uma roupa preta, óculos pretos e coisas pretas, a pequena estava inquieta ao telefone falava chutava o sofá, ria em alguns momentos nada com muito sentido e/ou lógica.

Ate que o mais diferente aconteceu. Ela continuava a falar às vezes ficava calada escutando, talvez refletindo. Cansada pela monotonia e pela vontade de voltar aos desenhos, ouvi a frase que todos nos adultos deveríamos ter a coragem de dizer sem medo ou incerteza.

- Então chega!...

Salamandrinha largou o telefone num rápido golpe, porque não dizer ninja, levantou-se e saiu pulando de volta ao quarto sem ao menos dar um tchau ou um ate logo ou ate um liga mais tarde. Fiquei estático sem palavras peguei o telefone e falei.

- Sem chance de trazê-la de volta. Ela deve estar cansada (enrolei).

Eu percebi tudo, os objetivos imediatos são os mais visados pelas crianças elas não estão de todas erradas, mas quem não gostaria de fazer isso uma ou duas vezes durante a semana no trabalho!???

Continuei a ver o DVD fui interrompido por outros pedidos...

Ponderei sobre a manhã e percebi crianças detém uma ingenuidade sem limites e tão pura que me deu uma ponta de inveja.



4 comentários:

letyleal disse...

Me deu uma saudade da Estela!!!

salamandra disse...

É... Mas a Salamandrinha é mais teimosa do que a Estela...

Jacs,
gostei da frase: "crianças detém uma ingenuidade sem limites e tão pura que me deu uma ponta de inveja"

Müller disse...

História legal essa...

Anônimo disse...

Tudo verdade!!!! mas como estou aprendendo com o Muller talvez fui um pouco Hollywoodiano... hehehe